ESTOU SENTINDO PALPITAÇÃO! E AGORA... O QUE SERÁ??

A queixa de palpitação é extremamente comum no consultório de cardiologia. E em se tratando de tempos de quarentena e COVID 19, aí é que está presente!! Tem me chamado a atenção a quantidade enorme de pacientes que têm comparecido ao consultório com estas queixas. Mas o que é a palpitação? Se lembrarmos que o nosso coração bate em média cerca de 80 vezes por minuto (o normal é entre 50 e 100 vezes por minuto em um indivíduo adulto em repouso), a sensação de sentir estes batimentos é simplesmente impossível de acontecer a cada batida, senão passaríamos o dia contando estes batimentos... É extremamente comum sentirmos estes batimentos, que é a palpitação, quando estamos muito estressados, seja por um estresse físico (cansaço extremo ou após uma atividade física, por exemplo) ou em situações de estresse. E podemos também sentir batimentos irregulares em nosso coração, que já seria alguma arritmia, ou seja, uma batida fora do ritmo normal. O coração pode ser estimulado a bater mais rápido quando exageramos na dose do café, consumo de bebidas alcoólicas, chá verde ou energéticos, por exemplo. E ainda podemos ter batimentos acelerados (ou, em algumas situações, diminuídos), regulares ou irregulares, que já seria classificado como uma arritmia - uma alteração no ritmo regular normal do coração (o nosso TUM-TA). Sabemos que existem algumas arritmias relativamente mais comuns, como a fibrilação atrial, que pode acontecer em até cerca de 15% dos adultos, tornando-se mais comum em pessoas de idade mais avançada, principalmente quando também são hipertensas e ou diabéticas e que podem, pela arritmia, formar um “coágulo” de sangue no coração (trombo), que pode migrar para a circulação e ir até o cérebro, provando um acidente vascular cerebral isquêmico (“derrame”) e, para evitar isto, necessitam fazer uso de uma medicação anticoagulante que vai impedir a formação deste trombo. Se você está tendo alguma sensação estranha com os batimentos alterados, a primeira coisa a fazer é respirar fundo ou até mesmo tentar forçar uma "tosse" e observar se vai melhorar. Se não surtir efeito, demorar a passar e vier acompanhado de sensação de desmaio, deve se dirigir, então, para uma emergência cardiológica, caso esteja se sentindo muito desconfortável ou, caso passe logo, procurar um cardiologista para realizar uma consulta e talvez alguns exames complementares. É muito mais comum que seja uma causa relacionada ao estresse, mas não podemos generalizar e assumir que só seja estresse caso estas queixas se tornem frequentes. Na dúvida, procure a ajuda de um profissional para ficar mais tranquilo(a)!